Testamento Vital: 5 Razões para o Fazer

Testamento Vital 5 Razões para o Fazer

O Testamento Vital é um documento ainda pouco conhecido entre os portugueses, mas de enorme importância para assegurar que os nossos desejos em relação aos cuidados médicos sejam respeitados, caso fiquemos incapacitados de os expressar. Este documento faz parte do Direito à Autonomia e pode ser crucial em momentos de fragilidade, garantindo que a vontade do paciente seja tida em consideração. A sua popularidade tem vindo a aumentar, especialmente com a crescente consciência sobre a dignidade no final da vida e os direitos dos doentes.

Se nunca ouviu falar de Testamento Vital, ou se conhece o conceito, mas ainda não tomou a decisão de criar o seu, este artigo vai mostrar-lhe cinco razões importantes para considerar fazer um Testamento Vital.

O que é o Testamento Vital?
Antes de explorarmos as razões para o fazer, é importante esclarecer o que é, exatamente, um Testamento Vital. Também conhecido como Diretiva Antecipada de Vontade (DAV), o Testamento Vital é um documento legal que permite a qualquer pessoa expressar, antecipadamente, os cuidados médicos que deseja ou não deseja receber, no caso de não ser capaz de comunicar as suas decisões devido a doença, acidente ou incapacidade mental.

O Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV), disponível em Portugal desde 2014, é o sistema que permite o registo e consulta dos Testamentos Vitais. Este sistema garante que o documento esteja acessível a médicos e profissionais de saúde em caso de necessidade, independentemente da instituição de saúde onde o doente esteja.

Testamento Vital 5 Razões para o Fazer

1. Garantir que os seus desejos são respeitados
Uma das principais razões para fazer um Testamento Vital é assegurar que as suas preferências em relação aos tratamentos médicos sejam seguidas, mesmo quando não puder expressar a sua vontade. Isto é particularmente importante em situações críticas, como estados de coma ou doenças terminais.

Imagine que está incapacitado de tomar decisões, e os seus familiares ou médicos não têm indicações claras sobre o que gostaria de fazer. Pode preferir, por exemplo, não ser submetido a tratamentos invasivos ou que prolonguem a vida artificialmente. Se isso não estiver documentado, os profissionais de saúde poderão agir de acordo com o que consideram melhor, mas que pode não coincidir com os seus desejos.

Com um Testamento Vital, pode deixar claro, por escrito, se deseja ser reanimado em caso de paragem cardiorrespiratória, se aceita a ventilação mecânica, ou se prefere cuidados paliativos para controlar a dor e melhorar o conforto, sem prolongar artificialmente a vida.

2. Reduzir a carga emocional sobre a família
Tomar decisões sobre cuidados médicos de alguém que amamos, especialmente em momentos de crise, pode ser extremamente doloroso. Sem um Testamento Vital, a responsabilidade de tomar decisões importantes recai sobre os familiares, o que pode aumentar o stress e o sofrimento emocional.

Ao elaborar um Testamento Vital, está a aliviar essa carga dos seus entes queridos. Eles saberão que estão a respeitar a sua vontade e que não precisam de tomar decisões complexas e angustiantes, baseando-se apenas no que acham que seria o mais correto. O documento funciona como um guia que orienta os médicos e familiares, evitando conflitos e incertezas sobre o que fazer.

Além disso, o Testamento Vital evita potenciais desentendimentos entre membros da família, que podem ter diferentes opiniões sobre os tratamentos adequados. Com um documento legal em vigor, a sua vontade prevalece, eliminando qualquer espaço para discussões.

3. Exercício do direito à autonomia
O Testamento Vital é um exercício claro do direito à autonomia, um princípio fundamental na ética médica. Todos nós temos o direito de decidir o que é melhor para o nosso corpo e para a nossa vida, e isso não deve ser diferente em momentos de vulnerabilidade.

Muitas vezes, quando se trata de doenças graves ou de fim de vida, o debate pode centrar-se nas opiniões de médicos ou familiares, mas a decisão final deveria ser sempre da pessoa que está a receber o tratamento. Um Testamento Vital garante que as suas preferências pessoais e valores sejam respeitados, mesmo quando não puder comunicar diretamente com os profissionais de saúde.

Este direito à autonomia não se limita ao contexto hospitalar. Mesmo em casa, com os cuidados paliativos, pode garantir que os cuidados médicos que recebe estejam alinhados com as suas convicções, como a recusa de intervenções que apenas prolonguem o sofrimento.

4. Prevenir tratamentos desnecessários ou indesejados
Muitas vezes, em situações de emergência ou de doença grave, os médicos tendem a seguir protocolos que envolvem tratamentos agressivos ou prolongados, com o objetivo de salvar ou prolongar a vida. No entanto, estes tratamentos podem ser contrários à vontade do paciente, especialmente em casos de doenças terminais ou condições irreversíveis.

Com um Testamento Vital, pode prevenir tratamentos desnecessários ou indesejados. Isto inclui tratamentos que poderiam prolongar a vida, mas sem qualidade, ou intervenções que, segundo a sua perspetiva, não fariam sentido numa fase avançada da sua doença. Pode especificar, por exemplo, que prefere não ser reanimado (no caso de uma paragem cardiorrespiratória) ou não ser colocado em ventilação mecânica, caso estas medidas apenas prolonguem a sua vida em estado vegetativo ou em sofrimento.

Estas decisões antecipadas ajudam a evitar intervenções médicas que, embora tecnicamente possíveis, podem ir contra os seus valores e preferências pessoais. Desta forma, o Testamento Vital assegura que os cuidados médicos recebidos sejam adequados ao que considera ser uma vida com dignidade, em vez de apenas prolongar uma existência que possa ser vista como sofrimento sem esperança de recuperação.

5. Planear o fim da vida com dignidade
Enfrentar a morte é um tema delicado, mas é uma parte inevitável da vida. O Testamento Vital permite-lhe planear o fim da vida com dignidade, de acordo com os seus princípios. Este planeamento pode ser visto como um ato de respeito por si mesmo e pelos seus entes queridos, assegurando que as decisões mais difíceis já foram tomadas de forma ponderada, antes de qualquer situação de urgência.

Num mundo onde os avanços tecnológicos e médicos permitem prolongar a vida de forma quase indefinida, o Testamento Vital oferece-lhe a oportunidade de definir como deseja ser tratado na reta final da sua vida. Pode optar por recusar tratamentos que apenas prolonguem o sofrimento ou expressar o desejo de ser submetido a cuidados paliativos que melhorem a sua qualidade de vida nos últimos momentos.

Muitas pessoas veem este planeamento como uma forma de manter o controlo sobre a sua própria vida, mesmo quando as capacidades físicas ou cognitivas começam a falhar. Ao optar por fazer um Testamento Vital, está a assegurar que a sua partida seja o mais tranquila possível, minimizando intervenções desnecessárias e focando-se no conforto.

Como fazer um Testamento Vital em Portugal
Fazer um Testamento Vital em Portugal é um processo relativamente simples. Este documento pode ser redigido e assinado por qualquer pessoa maior de idade e em pleno uso das suas capacidades mentais. Para que tenha validade legal, é necessário registá-lo no Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV), um sistema que garante o acesso ao documento por parte dos profissionais de saúde sempre que necessário.

Passos para fazer um Testamento Vital:
Redigir o documento: Pode redigir o seu Testamento Vital com a ajuda de um advogado ou utilizar os modelos disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Estes modelos podem ser adaptados para incluir as suas preferências específicas.

Registar no RENTEV: Depois de redigido, o documento deve ser registado no RENTEV. Este registo pode ser feito online, através do Portal do Utente, ou presencialmente nos serviços de saúde pública.

Atualização do documento: O Testamento Vital pode ser atualizado ou revogado a qualquer momento. Se os seus desejos mudarem, basta submeter uma nova versão do documento, seguindo os mesmos passos do registo inicial.

Considerações finais
O Testamento Vital é um documento de extrema importância para quem deseja garantir que os seus desejos em relação aos cuidados médicos sejam respeitados, mesmo em situações onde não possa expressar a sua vontade. Ao planear com antecedência, não só assegura que a sua autonomia e dignidade sejam preservadas, como também evita decisões difíceis e potencialmente conflituosas entre os seus familiares.

As cinco razões apresentadas — garantir que os seus desejos sejam respeitados, reduzir a carga emocional sobre a família, exercer o direito à autonomia, prevenir tratamentos desnecessários ou indesejados e planear o fim da vida com dignidade — demonstram que o Testamento Vital é uma ferramenta fundamental para o controlo do seu destino médico.

Se valoriza a sua autonomia e deseja tomar decisões informadas sobre o seu futuro, o Testamento Vital é algo a considerar seriamente. Trata-se de uma forma de assegurar que, em qualquer circunstância, os seus princípios e desejos em relação à saúde e ao fim da vida sejam plenamente respeitados.

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