A perda de peso ocorre quando a ingestão alimentar do indivíduo é inferior às suas necessidades. A perda de peso deve ser motivo de preocupação, e encarada como um sinal de alerta, sempre que ocorre de forma involuntária, ou seja, sempre que não é programada ou intencional.
As principais causas de perda de peso são a diminuição do apetite e a prática de um padrão alimentar monótono e/ou restritivo. Estas motivam uma ingestão e/ou absorção insuficiente de energia e de nutrientes, podendo levar ao desenvolvimento de desnutrição. Apesar da perda de peso ser um sinal importante, é a velocidade e a percentagem da perda em relação ao peso habitual/anterior, que determina a sua gravidade.
Para saber se a perda de peso é grave ou não, o parâmetro mais utilizado é a percentagem da perda de peso ao longo do tempo e calcula-se a partir do peso habitual e o peso atual do sénior:
% perda de peso = [Peso habitual (kg) – peso atual (kg)/ peso habitual] x 100
Por exemplo: se um indivíduo tiver 65kg, e perde 5kg num mês de forma involuntária, significa que perdeu 8% do seu peso no último mês, e esta é considerada uma perda grave de peso.
Na presença de inflamação, e através de processos fisiológicos característicos do envelhecimento, ocorre o desenvolvimento de anorexia, que vulgarmente designamos de perda de apetite. Particularmente no indivíduo idoso, após períodos de ingestão reduzida, frequentemente motivada pela presença de doença aguda, torna-se particularmente difícil reverter o padrão de ingestão para quantidades e volumes ingeridos previamente.
Assim, a perda de peso involuntária, associada a perda de apetite, deve ser detetada precocemente, de forma a que a intervenção possa ser o mais breve e bem-sucedida possível, prevenindo o desenvolvimento de desnutrição.
A desnutrição, definida pela Sociedade Europeia de Nutrição Clínica (ESPEN) como uma alteração da composição corporal e massa celular corporal, consequente da insuficiente ingestão ou absorção, que resulta na diminuição da função física e cognitiva, é um problema frequente nas pessoas idosas, com prevalência relevante em ambiente hospitalar e residências geriátricas. Habitualmente, a desnutrição desenvolve-se durante um período de tempo prolongado, de ingestão inadequada e/ou aumento das necessidades, devido a estados inflamatórios, hipermetabólicos e/ou hipercatabólicos, e absorção deficiente de nutrientes, resultando em perda de peso e, seguindo-se as alterações da composição corporal, como a perda de massa muscular.
A desnutrição é caracterizada por aspetos fisiológicos (perda de peso, baixo IMC e perda de massa muscular) e por aspetos relacionados com a sua etiologia, nomeadamente a presença de inflamação decorrente de doença aguda, crónica ou crónica agudizada, e/ou a diminuição da ingestão ou absorção de alimentos. Mesmo em indivíduos que apresentem uma ingestão nutricional e energética adequada, o seu estado nutricional poderá ser comprometido por alterações no metabolismo, interações fármaco-nutriente ou alterações das suas necessidades nutricionais.
Existem diversos fatores de risco para o desenvolvimento de desnutrição, nomeadamente, idade avançada, institucionalização, declínio do estado de saúde, perda de interesse em viver, polimedicação, dificuldades de mastigação e/ou deglutição, fragilidade, depressão, e perda da capacidade funcional.
A desnutrição é uma condição clínica com efeitos adversos importantes no estado de saúde, particularmente na pessoa idosa, nomeadamente a diminuição da capacidade funcional, maior risco de quedas, aumento do risco de desenvolvimento de úlceras por pressão, comprometimento do sistema imunitário, baixa qualidade de vida, aumento do tempo de internamento hospitalar e aumento da mortalidade. Assim, a sua prevenção, bem como um diagnóstico precoce, são fundamentais para que se possa intervir, através do fornecimento de um aporte energético e nutricional adequado.
Para auxiliar esta situações, existem suplementos nutricionais orais que correspondem a fórmulas/dietas líquidas, cremosas ou em pó, completas ou incompletas que fornecem calorias, macronutrientes (como proteínas, hidratos de carbono e/ou lípidos) e micronutrientes (como vitaminas e/ou minerais) e que podem ajudar alcançar as necessidades do doente de forma segura, saborosa e prática e reverter a perda de peso involuntária e desnutrição, sempre a alimentação tradicional não for suficiente.
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– Em que situações devo recorrer à utilização de suplementos nutricionais orais?
Deve recorrer à suplementação quando não é possível atingir as suas necessidades energéticas e nutricionais através da alimentação tradicional, ou em situações clínicas específicas, que assim o exijam.
– Qual o profissional de saúde que me pode aconselhar para a toma destes suplementos nutricionais orais?
O aconselhamento para a toma de suplementos nutricionais orais poderá ser feito pelo profissional de saúde que o acompanha, nomeadamente médico, enfermeiro, farmacêutico ou nutricionista.
– Onde é possível comprar estes suplementos nutricionais orais?
Os suplementos nutricionais orais estão disponíveis em farmácias e parafarmácias.
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