Venda com Usufruto após a Reforma: Como investir na sua saúde e bem-estar

venda com usufruto

A chegada da reforma é um marco importante na vida de qualquer pessoa. Depois de décadas de trabalho, surge a oportunidade de abrandar o ritmo, desfrutar do tempo livre e dedicar mais atenção à saúde e ao bem-estar pessoal. No entanto, esta nova fase também levanta desafios, sobretudo financeiros. Muitos reformados deparam-se com pensões que não acompanham o custo de vida atual, especialmente quando surgem despesas inesperadas relacionadas com a saúde ou habitação.

É neste contexto que a venda com usufruto se apresenta como uma alternativa cada vez mais procurada por reformados em Portugal. Trata-se de uma solução que permite converter um bem imóvel (geralmente a habitação principal) em capital disponível, sem abrir mão do direito de continuar a viver no imóvel até ao fim da vida.

Neste artigo, explicamos em detalhe o que é a venda com usufruto, quais os seus benefícios e riscos, e como esta opção pode ser usada estrategicamente para investir na sua saúde e bem-estar após a reforma.

O que é a Venda com Usufruto?
A venda com reserva de usufruto é uma modalidade jurídica prevista no Código Civil português, que permite a uma pessoa (normalmente o proprietário de um imóvel) vender esse imóvel a um terceiro, mantendo o direito de usufruto vitalício. Ou seja, mesmo após a venda, o antigo proprietário conserva o direito de residir no imóvel, arrendá-lo ou utilizá-lo como bem entender, até à sua morte ou até que renuncie voluntariamente ao usufruto.

Componentes principais:

  • Nua-propriedade: é o direito de posse sem usufruto. Quem compra um imóvel com usufruto adquire a nua-propriedade, tornando-se efetivamente o proprietário legal, mas sem poder utilizar o imóvel até ao fim do usufruto.
  • Usufruto: é o direito de uso e fruição do imóvel. Quem vende com usufruto continua a viver ou a beneficiar economicamente do imóvel.
Venda com Usufruto após a Reforma Como investir na sua saúde e bem-estar

Vantagens da Venda com Usufruto após a Reforma
A venda com usufruto pode oferecer múltiplos benefícios, especialmente para pessoas reformadas que:

  • Possuem uma casa própria, muitas vezes sem hipoteca.
  • Precisam de liquidez para melhorar a sua qualidade de vida.
  • Desejam envelhecer no conforto do seu lar.

1. Manter o direito à habitação
Talvez o maior benefício seja a possibilidade de continuar a viver na casa de sempre, sem interrupções ou mudanças drásticas no estilo de vida.

2. Obter liquidez imediata
Ao vender a nua-propriedade do imóvel, o reformado obtém uma quantia de dinheiro que pode ser utilizada para diversos fins, como pagar tratamentos médicos, contratar ajuda domiciliária, remodelar a casa, ou simplesmente aumentar a qualidade de vida.

3. Planeamento sucessório
Este tipo de operação pode facilitar o planeamento sucessório, sobretudo em famílias com vários herdeiros, pois a partilha do património pode ser antecipada de forma mais organizada.

4. Evitar hipotecas ou crédito
Ao contrário de uma hipoteca reversível ou outros produtos bancários, a venda com usufruto não implica endividamento. É uma transação de venda simples, com regras bem definidas pela lei.

Investir na Saúde e Bem-Estar: Como utilizar os recursos da venda
Receber um montante significativo após a venda de um imóvel com usufruto é uma oportunidade única para muitos reformados. No entanto, a forma como esse capital é utilizado pode fazer toda a diferença. Eis algumas áreas-chave onde este investimento pode trazer melhorias reais e duradouras.

1. Cuidados de Saúde Privados
Com o envelhecimento, os problemas de saúde tendem a aumentar. Mesmo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), as listas de espera para consultas e cirurgias são longas, o que pode comprometer a qualidade de vida.

Aplicações práticas:

  • Subscrição de seguro de saúde ou planos de saúde privados.
  • Realização de exames, cirurgias ou tratamentos em clínicas privadas.
  • Acesso mais rápido a especialistas, como cardiologistas, ortopedistas ou fisioterapeutas.

2. Apoio Domiciliário
Muitos idosos optam por permanecer nas suas casas, em vez de irem para lares ou residências assistidas. O capital obtido com a venda pode ser utilizado para contratar serviços como:

  • Ajudantes domiciliários.
  • Enfermeiros ao domicílio.
  • Serviços de limpeza e manutenção doméstica.
  • Entrega de refeições saudáveis e equilibradas.

Este tipo de investimento contribui diretamente para o conforto, segurança e autonomia do reformado.

3. Adaptação da Habitação
Com o avançar da idade, a casa pode deixar de ser um espaço funcional. Investir na adaptação do espaço é fundamental para prevenir quedas e facilitar a mobilidade.

Exemplos:

  • Instalação de barras de apoio em casas de banho.
  • Substituição de banheiras por bases de duche acessíveis.
  • Rampas de acesso para cadeiras de rodas.
  • Sistemas de monitorização e alerta remoto.

4. Bem-estar mental e emocional
O bem-estar não é apenas físico. A reforma pode trazer momentos de solidão ou sentimento de inutilidade. Por isso, investir em atividades que estimulem a mente e as relações sociais é crucial.

Opções:

  • Participação em atividades culturais ou clubes sénior.
  • Cursos de informática, línguas ou hobbies.
  • Viagens organizadas para seniores.
  • Psicoterapia ou sessões com psicólogos especializados em geriatria.

5. Prevenção e qualidade de vida
A prevenção é uma das melhores formas de garantir saúde duradoura. Com os recursos disponíveis, é possível investir em hábitos saudáveis:

  • Consultas regulares de medicina preventiva.
  • Ginásios com planos para seniores.
  • Aulas de hidroginástica ou pilates.
  • Dietas personalizadas com nutricionista.
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Questões Jurídicas e Fiscais a Considerar
Antes de avançar com uma venda com usufruto, é essencial compreender os aspetos legais e fiscais envolvidos.

Contrato formalizado por escritura pública
A venda deve ser feita através de escritura pública em cartório notarial, e o usufruto deve constar no registo predial, assegurando os direitos do usufrutuário.

Valorização do imóvel
A avaliação correta do imóvel é essencial, uma vez que o valor de mercado sofre uma redução significativa quando vendido com usufruto (normalmente entre 30% a 60% abaixo do valor total, dependendo da idade do usufrutuário).

Impostos e encargos
O vendedor está sujeito ao pagamento de Mais-Valias, embora existam isenções fiscais se se tratar de habitação própria e permanente. É aconselhável consultar um contabilista ou advogado para uma análise personalizada.

Riscos e Desvantagens
Apesar das vantagens, a venda com usufruto também implica alguns riscos que devem ser cuidadosamente avaliados.

1. Perda de património
O imóvel vendido deixará de pertencer ao usufrutuário e não poderá ser herdado pelos seus descendentes, exceto se acordado em termos específicos.

2. Desvalorização significativa
O valor recebido pela venda será menor do que o valor total de mercado, o que pode ser desvantajoso caso se viva por muitos anos após a venda.

3. Escolha do comprador
É importante escolher um comprador de confiança, seja um investidor privado ou uma empresa especializada neste tipo de transações.

Alternativas à Venda com Usufruto
Antes de tomar uma decisão definitiva, é prudente conhecer outras opções, tais como:

  • Hipoteca reversível: permite obter um crédito com base no valor da casa, mantendo a propriedade. No entanto, é um produto bancário mais complexo e menos acessível em Portugal.
  • Venda com renda vitalícia (venda a prestações): o imóvel é vendido, e em vez de um valor único, o vendedor recebe uma renda mensal até ao fim da vida.
  • Arrendamento parcial: arrendar uma parte da casa (como um quarto) pode gerar um rendimento extra sem perder a propriedade.

A venda com usufruto é uma solução cada vez mais popular entre reformados em Portugal. Oferece uma forma inteligente de transformar património imóvel em liquidez, mantendo a autonomia e o conforto da habitação própria.

Utilizar esse capital para investir em saúde, conforto e bem-estar pode representar um novo começo na vida pós-reforma — um começo mais seguro, saudável e tranquilo. No entanto, esta decisão deve ser tomada com conhecimento, planeamento e apoio de profissionais qualificados (advogados, notários, consultores financeiros), para garantir que a escolha seja a mais acertada para cada caso.

A reforma não tem de ser uma fase de incerteza. Com as ferramentas certas, pode ser o período mais livre e gratificante da vida.

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