Desperdiçada no emprego e ávida de viagens, a população com mais de 55 anos é “rede de apoio” vital para os mais jovens, mas teme perder qualidade de vida com a contínua subida de preços.
Mais de metade dos agregados familiares seniores em Portugal (55,3%) tem duas fontes de rendimento mensal – e em 13,4% dos casos até mais do que isso –, sendo que esta população composta por pessoas com mais de 55 anos de idade constitui “uma rede de apoio para aqueles que lhes são mais próximos”.
De acordo com o Barómetro do Consumidor Sénior em Portugal, 53% dos seniores portugueses ajuda economicamente algum membro da sua família ou do círculo próximo. Sobretudo os filhos (42%), enquanto o restante auxílio é prestado a outros familiares ou amigos. Os resultados deste inquérito mostram que 74% dessas ajudas são mensais e que um em cada três beneficiários depende mesmo delas para sobreviver.
O mesmo estudo revela ainda que metade dos consumidores séniores poupa mensalmente e que a taxa de poupança vai aumentando ligeiramente com a idade: 50,3% das pessoas com mais de 70 anos consegue poupar. A larga maioria (77,7%) dos inquiridos poupa 30% dos seus rendimentos.
De realçar que, apesar deste apoio prestado aos familiares por parte da população sénior, esta apresenta resultados igualmente interessantes no que diz respeito ao seu quotidiano:
– Mais de 7 em cada 10 idosos possui casa própria;
– 74,6% da população, a casa não está adaptada para pessoas dependentes;
– Apenas 22,9% dos idosos não aceitaria viver numa Residência Sénior.
Este estudo, realizado pela primeira vez em Portugal através do Centro de Investigação Ageingnomics, oferece um retrato de um segmento que corresponde a perto de 40% da população portuguesa: são mais de 3,8 milhões de pessoas com mais de 55 anos.
«O envelhecimento da população, resultado do aumento contínuo da longevidade e da redução acelerada das taxas de natalidade, tornou-se um fenómeno global», afirma Antonio Huertas, presidente da Fundação Mapfre. De acordo com o responsável, «os desequilíbrios que este fenómeno demográfico pode gerar nos sistemas de pensões, saúde e cuidados prolongados, bem como na disponibilidade de recursos laborais, favoreceram a generalização de uma visão negativa sobre aquele que é uma das grandes conquistas da humanidade: o aumento da esperança de vida».
Desenvolvido em Agosto de 2022, o estudo teve como base 1100 entrevistas a pessoas com 55 anos ou mais a viver em Portugal, tendo contado com a ajuda da Google na definição do público-alvo.